Viciado em Cinema e TV (O Teste) por Nuno Cargaleiro

Novembro 12 2008

 

Belén Rueda é conhecida na televisão espanhola pelas suas participações em “7 Vidas”, “Los Serranos” e “Perioditas”, já adaptados pela televisão portuguesa. Internacionalmente, destacou-se em 2004 como Julia em “Mar Adentro”, filme espanhol sensação desse ano. Em “O Orfanato” é Laura, a figura central de um enredo que mistura sobrenatural com obsessão, num argumento simples e inteligente que motivou a sua escolha como representante espanhol para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro. Não mereceu a honra da nomeação, mas ninguém lhe retira os 30 prémios já atribuídos!

Laura regressa ao lugar onde passou grande parte da sua infância, até ser adoptada. Num casarão remoto num ambiente campestre do norte de Espanha, vive o espírito das lembranças daquele lugar e deseja retribuir em vida, criando um espaço para crianças com necessidades especiais. Com ela, traz a bagagem emocional, o marido, e o pequeno filho (Simón), que padece de uma doença misteriosa que desconhece, mas que não deixa de se abalar e ser a figura própria de um miúdo de tenra idade.

Pouco a pouco, a imaginação de Simón apresenta traços cada vez mais inquietantes, na medida que começa a descrever uma figura “invisível” que tem ramificações com o passado de Laura e daquele local. A culminação acontecerá no dia de apresentação do projecto do novo “Orfanato”, em que Simón desaparece, e Laura começa a perceber um comportamento estranho presente na casa que habita.

A realização é de Juan Antonio Bayona, argumento de Sergio G. Sánchez, mas a produção é de Guillermo del Toro. Curiosamente, nota-se a identidade de Guillermo del Toro neste projecto, que apesar de não apresentar o fascínio visual a que nos habituou, retrata um ambiente onde o sobrenatural e a realidade percorrem em paralelo por entre o enredo. Todo o argumento permite diversas perspectivas, desde as mais crentes às mais apreciadoras de realismo, sem que com isso perca coerência e impacto para o espectador.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Como a cena inicial do filme, “Orfanato” é um filme sobre fé e amor, onde a figura de Belén Rueda é o cerne e motivadora de avanço na história. Será através da sua luta em encontrar o seu filho que viveremos toda a mágoa e obsessão que este representa. Nesta perspectiva, este projecto demonstra-nos o que um filme de terror deve ser: simples, sem obrigatoriedade de “gore”, inesperado, contudo com uma narrativa humana e realista. Só assim é que o impacto nos pode assustar. E embora possa não ser uma força que nos faça saltar da cadeira, a amargura que surgirá inesperadamente levará o espectador a um horror mais identificável ao seu dia à dia, e consequentemente mais presente e assustador.

Num filme de actores e de bons diálogos, “Orfanato” não fica nada a dever a outros projectos de valor de “nuestros hermanos”, sendo um representante digno da qualidade cinematográfica que se faz para além da fronteira. Posto isto, quase dá para perguntar se Espanha não nos quer invadir! Nem que seja para conseguirmos fazer algo idêntico!

 

Muito Bom

4 Estrelas

publicado por Nuno Cargaleiro às 15:12
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Novembro 12 2008

 

Eu sei que parece que não faço mais do que isto, neste momento.

 

Mas o certo é que cada primeira 2º feira do mês sai uma nova edição da revista Online RED CARPET!... Gratuita, e pronta a ser lida!...

 

Embora o Red Carpet continue a ter o seu espaço web (http://www.redcarpetonline.net/), com notícias, trailers, conteúdos específicos, e interacção de forum, o certo é que a revista continua a surgir, procurando manter o mesmo nível de qualidade atingido em edições anteriores!...

 

"Este mês contamos com uma edição cheia de conteúdos exclusivos e que vão trazer a este mês uma lufada de ar fresco, que bem é preciso!

Podem contar com um artigo extenso onde Batman será a figura de destaque, podem também ler um artigo onde estão expostos todos aqueles actores que alteraram de forma drástica o seu corpo para interpretar um determinado papel, já para não falar das habituais críticas, top10, e outros tantos artigos que já vêem sendo habituais na Red Carpet, numa edição com 63 páginas, lançada como de costume a tempo e horas para que nada falte aos nossos leitores!

Sem mais demora, aqui fica a revista."

 

VER AQUI

 

 

 

 

publicado por Nuno Cargaleiro às 15:10

Novembro 18 2007

 

 

"Create Your Hero!"

 

"A emissora americana NBC lançou, esta segunda-feira, o projeto "Create Your Hero", isto é, os fãs de "Heroes" têm agora a oportunidade de criar um novo personagem para entrar na série.

 

No site oficial de "Heroes", o público tem, em cada semana, a possibilidade de votar em características e atributos que mais tarde irão compôr um novo personagem para o enredo da série.

 

Nesta primeira semana as características que os fãs podem escolher são: o local de nascimento, a aparência e a estatura física.

 

O mais original de tudo é que, segundo a NBC, os espectadores irão testemunhar a criação do herói também na TV. Semanalmente, a NBC vai exibir publicidade com dicas sobre o personagem.

 

O projeto "Create Your Hero" substituiu a minissérie "Heroes:Origins", suspensa pela NBC devido à greve em Hollywood."

 

Fonte: globo.com (através do EmCena.com)

 

Até o Sylar vai querer participar!... Eu já votei, e curiosamente as minhas escolhas são as da maioria - Female Hero, Exotic, Medium. O que é que vai sair daqui?...

 

publicado por Nuno Cargaleiro às 20:22
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Novembro 17 2007

 

 

 

Um pouco na febre da série "Heroes" (embora a história não tenha nada com a série), chega em 2008 o filme "Jumper".

 

O Ex-Darth Vader, Ex-Homem em coma (ver post anterior) é agora um miúdo com a capacidade de teleportar-se para qualquer lugar. Estilo o X-Men Nocturno sem o cheiro a enxofre!

 

Para além de poupar muito dinheiro em gasonila, ele diverte-se nessa vida sem rumo até encontrar um desafio: o encontro com um rival com o mesmo poder (o Jamie Elliot que arrumou as sapatilhas e calça os ténis de Hollywood), um agente secreto destinado a caçar pessoas como ele (Samuel L. Jackson com mais uma personagem cool, mas com um "dark side"), e o amor na face de uma bela morena (a rapariga que ninguém se lembra do nome da série "O.C.", aquela serie "Bevery Hills, 90210" pós-moderna que foi cancelada depois de matarem a protagonista, cujo o nome certo não me lembro, somente me recorda o nome da mascote dos Jogos Olímpicos de Moscovo, o urso Mischa!)...

 

Pelo conceito parece muito interessante!...

 

Ah! e tem efeitos especiais, muitos efeitos especiais!...

 

 

 

 

publicado por Nuno Cargaleiro às 02:28
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Novembro 16 2007

 

 

 

 A palavra cantada desnuda-se sincera e honesta neste filme. Muito mais do que algum dos filmes que vi nos últimos tempos "As Canções de Amor" de Cristophe Honoré representam a dor, humor, amizade e amor do quotidiano, onde as faces vivem entre si, numa estranha harmonia motivada por um certo anjo da Bastilha, em forma de anjo de mudança, num misto de desgraça e vida.

 

A escolha da letra de "La Bastille" para ilustrar o início desta crítica não foi por acaso. Entre o relato do abandono de gente das ruas de Paris por causa da chuva existe um definição do próprio projecto. Talvez por ser cantado por uma "família", talvez porque antecipa o inesperado, ou talvez porque define o espaço de toda a acção. A chuva também acaba por "lavar" o passado, e sobretudo, na minha visão, é sobre isto que o filme fala numa experiência sensorial para o ouvido mais enferrujado: as canções de amor têm um tempo, mas nunca deixam de ser o que foram.

 

À primeira vista, este filme pode causar alguma resistência, quer por ser cinema francês, quer por ser um musical. Contudo, só me fez querer conhecer mais deste realizador, cujos anteriores projectos tive contacto, mas nunca cheguei a conhecer a fundo. Nunca vi "Ma Mére" nem o tão elogiado "Dans Paris", e devo dizer agora que para muita pena minha!

 

Cristophe Honoré revela-se como um director atento e criativo, onde o discurso atinge quem tem simplesmente a predisposição de ouvir. O argumento de "Les Chansons D'Amour" é prova viva disso. Desde o primeiro trailer, até ao primeiro minuto do filme, Honoré articula-nos numa mestria cuidada, procurando diminuir as nossas defesas para aquilo que nos espera. E após isso tudo, desnudamo-nos perante tanta honestidade e vida que acabamos por seguir as linhas cantadas das personagens como se quisessemos nós cantar alguns dos momentos da nossa vida. 

 

Os actores são competentes, com especial atenção ao triângulo original: Louis Garrel, Ludivine Sagnier e Clotilde Hesme. Chiara Mastroianni, Grégoire Leprince-Ringuet e Brigitte Roüan também se evidenciam, embora de um modo ligeiro quando comparado com a intensidade dos primeiros. As suas interpretações musicais são sentidas ao mais pequeno diálogo, com especial enfoque para o "Si tard" de Ludivine Sagnier, numa das cenas mais emotivas do filme.

 

Sobre o enredo, hão de reparar que nenhum bloguista o desvenda por completo. Esse conceito é uma das almas do projecto. Num retrato sobre o quotidiano, num espaço citadino, o inesperado vive a cada esquina e a cada pessoa com que se cruza. A moral da história deixa de existir e cada um define a sua vida. As pessoas são pessoas e demarcam-se por si, conquistando o seu espaço, e dando-se ao outro. O amor vive nas ruas de Paris para quem quiser encontrar, pretender receber, abraçar e quiser cantar "Amo-te".

 

Um filme onde o riso se confunde com a emoção, e a honestidade de cada letra inspira cada espectador para a sua caminhada de regresso a casa.

 

Honestamente, para mim, uma das maiores surpresas deste ano, e com toda a certeza um dos melhores filmes desde há algum tempo.

 

Exclente

5 estrelas

 

 

 

 

publicado por Nuno Cargaleiro às 02:25

Novembro 16 2007

 

 

 

Izzi: It's all done except the last chapter. I want you to help me. Finish it...

 

"The Fountain" é um filme "comercial" feito obra de arte visual de "autor". Dotado de uma capacidade encantar o espectador, pode contudo, apanhar desprevenido o mais incauto.

 

Embora o início possa parecer um pouco confuso, com o desenrolar do enredo constatamos a absoluta entrega do realizador e da sua equipa, actores incluídos, na representação da questão eterna da "imortalidade".

 

Mais do que isso, este projecto fala sobretudo de amor, aceitação, renovação e do equilíbrio existente entre a vida e a morte.

 

Um dos maiores "defeitos" deste projecto é sobretudo o caracter comercial que levou, a partir do trailer, à construção de uma perspectiva diferente do produto final... pelos menos na minha opinião, caso este filme tive sido lançado inicialmente como um "trabalho alternativo" poderia ter opiniões mais favoráveis do que aconteceu no momento do seu lançamento.

 

Rachel Weisz é Izzi, esposa de Tom (Hugh Jackman), vítima de uma doença terminal que rapidamente se desenvolve, sem perspectivas de cura ou tratamento possível. Por outro lado, o seu marido, sente constantemente em si a dúvida do desperdício de tempo afastado da sua esposa, constratando com a iniciativa de encontrar uma solução terapeutica oculta que premita prolongar, ou solucionar a fatalidade da sua mulher.

 

Ela, escritora, sentido a divisão emocional do seu marido, acaba por construir um livro sobre um explorador espanhol, que por amor e dedicação à sua Rainha, desencadeia uma obsessiva busca pela fonte da juventude pelo Novo Continente. Contudo, antes de sentir as suas forças a esvairem-se, entrega, num presente caridoso, esse projecto para o esposo terminar, escrevendo ele o último de capítulo dessa história.

 

É nesse ritmo que "The Fountain" se divide: entre o passado fictício, o presente amargo, e o futuro de uma possibilidade emocional interna de Tom.

 

Mais do que falar sobre a vida eterna, este filme apresenta-nos uma discussão sobre a vida do dia à dia, centrando-se na imagem daqueles que "ficam", e no significado que o percurso de cada um toma a quando de uma perda próxima. Apesar de levantar uma filosofia própria, o filme permite cada um espectador retirar dele o que pretende, num misto de tranquilidade, emoção e compaixão.

 

Um projecto para além do primeiro olhar dos seus espectadores, com interpretações de destaque de Rachel Weisz e a fabulosa Ellen Berstyn, e um conceito onde os efeitos visuais servem por absoluto o seu enredo.

 

Muito Bom

4 Estrelas

 

 

publicado por Nuno Cargaleiro às 00:54

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